05/01/2011 10h56 – Atualizado em 03/07/2012 11h44
São sistemas operacionais, ou “S.O.”, como o Windows, o Mac OS ou o Ubuntu, que permitem que qualquer pessoa consiga, de forma intuitiva, utilizar praticamente todos os recursos de um computador, ainda que o usuário não saiba escrever uma linha sequer de programação.
Muitos aparelhos comuns em nosso cotidiano também têm sistemas operacionais, como os videogames e os MP3 players, mas como são dispositivos para uso específico, e que executam processos objetivos, o sistema operacional usado para gerenciar as tarefas não nos parece importante.
Por outro lado, estamos habituados a falar de SO para computadores. Eles ficaram populares com o surgimento dos primeiros PCs e o desenvolvimento de softwares para uso doméstico. Ao comprar programas, jogos e periféricos como impressoras, por exemplo, nos acostumamos a pensar também se eles são compatíveis com o sistema operacional.
Quando ligamos o celular (e qualquer outro dispositivo), o primeiro programa a ser executado é o sistema operacional, e a partir de então, todo o hardware, os periféricos plugados e os softwares serão gerenciados por ele. Quando tiramos uma foto no celular, por exemplo, é tarefa do SO estabelecer uma comunicação entre a câmera, o disco, a memória e o programa, além de apresentar um interface para que o usuário consiga dar as ordens corretas ao dispositivo. Em outras palavras, graças ao sistema operacional, é possível tirar fotos do celular apertando apenas um botão.
Sistemas operacionais para celulares
Assim como outros aparelhos menos complexos a olho nu, celulares não chamavam atenção pelo seu sistema operacional. Pelo menos era assim até a popularização dos smartphones. Quando os dispositivos móveis começaram a ganhar outras funções além da chamada por voz e o envio de SMS, foi necessário um avanço nos programas para gerenciar as novas funções. Quanto mais recursos um celular ganhava, mais possibilidades os desenvolvedores enxergavam até que foi necessário repensar completamente os sistemas operacionais.
Um dos grandes avanços ocorreu com o surgimento do Symbian, um SO mobile aberto (com o código livre para que outras pessoas pudessem desenvolver aplicativos para ele). Adotado pela Nokia, o sistema permitiu que milhares de desenvolvedores no mundo pudessem criar aplicativos baseado nos novos recursos.
Geeks e entusiastas da tecnologia já estão a tempos habituados à nomes como Symbian, iOS e BlackBerryOS. Estes são alguns dos sistemas operacionais mais famosos dos dispositivos móveis, e reinavam praticamente absolutos até a Google decidir entrar na briga e lançar seu próprio SO para celulares baseado no Linux: o Android.
Assim como o Windows nos computadores, o Android é o responsável por gerenciar todas as tarefas e recursos de um smartphone ou tablet. O SO da Google nasceu durante a ascensão dos dispositivos touchscreen e de uma nova forma de desenvolvimento e distribuição de software. Enquanto a Apple seguia tranquila com o excelente iOS, que só roda em seus dispositivos (como o iPhone), a alternativa “aberta” era a confiável, mas pouco divertida Blackberry OS; o criativo, mas problemático Symbian; ou ainda, a péssima tentativa da Microsoft com o Windows Mobile.
Existia espaço para mais um sistema operacional no mercado, que não fosse proprietário, mas que conseguisse manter um padrão de qualidade e confiabilidade para ser usado em diversos dispositivos, independentemente do fabricante.
E não foi difícil para a Google juntar milhares de desenvolvedores em torno de seu projeto, aliando todo seu know-how em programação com a infinidade de serviços que ele já oferece. E aí, voilá, surgiu o primeiro “Google Phone”, totalmente integrado aos serviços da gigante das buscas, gratuito, com uma boa oferta de aplicativos, e de fácil adoção por parte dos fabricantes.
Honeycomb, Gingerbread, Froyo,…
Não demorou para que começassem a surgir dispositivos rodando Android às centenas, com as mais variadas especificações de hardware: Celulares grandes, pequenos, com ou sem teclado físico, uma ou duas câmeras, caros e baratos, e mais recentemente, os tablets.
Se por um lado todas estas possibilidades ajudaram a difundir o Android, o excesso de liberdade das fabricantes na hora de escolher o hardware e as várias versões do Android rodando em diferentes aparelhos acabou criando um dos maiores problemas deste sistema operacional. Hoje, é possível comprar celulares com Android por R$ 500, mas provavelmente a sua configuração não permitirá a execução dos aplicativos mais novos. Nada garante, também, que um dispositivo comprado hoje seja atualizado para uma versão mais recente, já que o update depende do fabricante do aparelho e até da operadora, em alguns casos.
Garantindo a compra de um dispositivo de última geração, com boas configurações de hardware e rodando a versão estável mais recente do Android, você estará munido de um excelente sistema de produtividade e entretenimento portátil. Com mais de 100 mil aplicativos disponíveis – boa parte deles gratuito (uma vantagem em relação ao iOS) -, dificilmente não existirá uma versão ou uma alternativa para Android dos apps apresentados nas outras plataformas. O Android Market, loja oficial da Google para distribuição de aplicativos, chama cada vez mais atenção dos desenvolvedores, e já atingiu um nível quase semelhante ao da AppStore, do iOS, que equipa iPhones, iPads e iPods.
Graças à infinidade de aplicativos disponíveis, já é possível transferir muitas tarefas do seu computador ou netbook para um celular ou tablet. Fazer edições simples em documentos, fotografar, gravar vídeos e compartilhá-los na internet é até mais fácil, mas sem dúvidas, o grande forte do Android é o consumo de conteúdo: Vídeos, músicas, livros, navegação na internet, jogos e outras mídias são suportados em diversos formatos. Compartilhar arquivos entre dispositivos também é simples, e desde a versão 2.2 do Android é possível compartilhar até mesmo a conexão 3G do seu celular pelo Wi-Fi (como em um roteador) ou pelo cabo.
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Mas um dos principais fatores que tornam o Android interessante é a incrível integração com os serviços Google. Quando o telefone é ligado pela primeira vez, lhe é solicitado o login da sua conta Google. A partir de então, um novo mundo “portátil” se abre para você, ficando melhor e mais eficiente à medida em que você começar a utilizar as ferramentas da gigante das buscas. Agenda, Docs, Reader, busca, mapas e, claro, o Gmail, estão perfeitamente integrados, inclusive à sua lista de contatos.
A versão estável mais recente do Android é o 2.3, também conhecida como Gingerbread (pão de mel). Antes deles vieram as versões Froyo (2.2), Eclair (2.1), Donut (1.6) e Cupcake (1.5). A maioria dos aplicativos disponíveis roda a partir da versão 1.6, mas a grande maioria dos apps depende de configurações de hardware, especialmente a resolução de tela e a memória. Para se ter uma ideia, a própria Google não incentivava o uso da versão estável atual para os tablets.
A nova versão anunciada para fevereiro deste ano, o 2.4 (ou 3.0?) Honeycomb (favo de mel) promete servir melhor aos dispositivos móveis maiores, com mais de 5 polegadas. Ao que tudo indica, a Google também está se esforçando discretamente para tornar o seu sistema menos “fragmentado” (termo usado para falar das incompatibilidades entre hardwares), e começa a apontar configurações específicas de hardware e interface. Ou seja, dispositivos de diferentes fabricantes rodando Android tendem à aderir a padrões mais específicos para eliminar, aos poucos o problema de ter tantos dispositivos usando tantos hardwares diferentes.
O Android ainda está longe de ser o sistema operacional mais usado entre smartphones e celulares (este posto é ocupado pelo Symbian, com quase 50% do mercado, graças à Nokia). No entanto, é a que mais cresce e a única que tem uma empresa como a Google por trás, se preocupando com melhorias no software, nos aplicativos e nos serviços, em conjunto com fabricantes. Do jeito que as coisas andam, tudo indica que o sistema operacional do robozinho verde será tão popular quanto o Windows, o Mac OS e o Linux. Alguém duvida?
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