Preços, formatos, especificações mínimas e o futuro da categoria
Mas essa nova classe de portáteis não é para qualquer fabricante. Para se encaixar nela é necessário passar pela aprovação da Intel, os preços tem de ser razoáveis, os portáteis precisam ser rápidos e há uma exigência mínima de componentes e tamanhos. Para que você não se confunda, eis aqui um post com tudo o que você precisa saber sobre os ultrabooks.
Um pouco de história
Criado originalmente pela Intel no começo de 2011, os primeiros ultrabooks foram apresentados ao mundo mesmo apenas em junho do mesmo ano, durante a conferência Computex em Taiwan. Para incentivar o desenvolvimento e divulgação da nova categoria, mais de 300 milhões de dólares foram disponibilizados pela Intel para apoiar startups que criassem tecnologias alinhadas ao conceito, além de direcionar uma parte à publicidade.
Saiba mais | Tecnoblog Podcast 14 – Desvendando os ultrabooks
A empresa diz que o conceito não concorre com nenhuma categoria existente no mercado, mas a semelhança dos aparelhos com o Macbook Air da Apple aponta que existe pelo menos um concorrente contra todos da categoria. A Apple, aliás, pode conseguir uma fatia dos lucros desse mercado se decidir aplicar a sua recém-recebida patente de design no MacBook Air. Mas até a publicação desse post a empresa da maçã não decidiu se aplica ou não.
Requisitos mínimos para ser um ultrabook
Existem três gerações com três requerimentos mínimos para ultrabooks, cada um deles complementando um pouco o anterior. Os requerimentos da primeira geração, modelos lançados em outubro do ano passado, eram os seguintes: 21 milímetros de espessura para tela de 14 polegadas ou mais, 18 mm de espessura para telas de 13,3 polegadas e inferiores, inicialização em até 7 segundos, vida de bateria de pelo menos 5 horas. Todos também devem usar processadores Intel Core de arquitetura Sandy Bridge.
Já as especificações da segunda geração, para modelos lançados a partir de junho desse ano, aumentou a espessura máxima para 23 milímetros, mas apenas para ultrabooks híbridos, que cito mais adiante. Nessa geração, eles se encaixam apenas se usarem processadores no modelo Ivy Bridge, se tiverem ao menos uma porta USB 3.0 e um mínimo de 16 GB de armazenamento em SSD. O resto dos requerimentos continua o mesmo dos anteriores.
A terceira geração, estimada para ser lançada apenas em 2013, ainda não tem requerimentos mínimos, mas o esperado é que usem a próxima geração de chips da Intel, os sucessores do Ivy Bridge, de codinome Haswell. Como os requerimentos se complementam, também podemos esperar que a conectividade evolua um pouco e traga a obrigatoriedade de USB 3.0 ou Thunderbolt, que também é uma tecnologia desenvolvida pela Intel.
As fabricantes que atingirem esses padrões e mostrarem para a Intel os modelos, poderão usar um selo de ultrabook. Esse selo visa facilitar a distinção desse tipo de portátil dos demais computadores disponíveis e facilitar a compra pelo consumidor.
Quais chegaram no Brasil até agora?
Acer, ASUS, Dell, HP, Lenovo, Samsung, LG e Toshiba estão entre as fabricantes que se arriscaram, foram guiadas pela Intel e produziram ultrabooks desde a primeira geração. Todas elas já comercializam seus produtos no Brasil, mas algumas trouxeram produtos que são de primeira geração – então ficar de olho aberto no selo do processador é uma boa para não comprar um modelo muito antigo.
LG Z330
Além das conhecidas multinacionais temos fabricantes brasileiras como Positivo e Semp Toshiba também apostando em aparelhos com selo ultrabook no mercado nacional. Mas enquanto as fabricantes de fora já arriscam no mercado de ultrabooks híbridos, as nacionais só lançaram até agora aparelhos com o formato convencional do portátil: tela e teclado sem muitos adicionais.
Preços nos EUA e no Brasil
A Intel pensou em limitar os preços dos ultrabooks para 1000 dólares, mas as fabricantes reclamaram. Algumas delas, Acer e ASUS, disseram publicamente que o preço só vai cair para abaixo dos mil dólares se a Intel diminuir o preço dos seus processadores. Outras já conseguem lançar aparelhos que estão na beira desse limite.
Obviamente, devido aos custos de importação, o preço aqui no Brasil acaba ficando acima do que pagamos até por um notebook. Para efeito de comparação, eis aqui a lista de alguns modelos e seus preços, na época em que foram lançados:
- HP Folio 13 (Intel Core i5, 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento SSD e tela de 13,3 polegadas)
- Preço nos EUA: US$ 899,00
- Preço no Brasil: R$ 3.799,00
- Samsung Série 5 Ultra 13 (Intel Core i5, 4 GB de RAM, 500 GB de HD e tela de 13,3 polegadas)
- Preço nos EUA: US$ 900,00
- Preço no Brasil: R$ 2.399,00
- Toshiba Ultrabook Z830 (Intel Core i5, 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento SSD e tela de 13,3 polegadas)
- Preço nos EUA: US$ 900,00
- Preço no Brasil: R$ 2.765,00
- LG Z330 (Intel Core i7, 4 GB de RAM, 256 GB de armazenamento SSD, tela de 13,3 polegadas)
- Preço nos EUA: US$ 1.300,00
- Preço no Brasil: R$ 4.999,00
Para tentar diminuir os preços no Brasil e aumentar a aceitação dos portáteis no país, a Intel estimulou a fabricação local. Ainda assim, não há, ao menos no Brasil, um teto máximo para o preço de um ultrabook. Mas já existe uma alta chance de que os preços diminuam ainda mais no país: o ultrabook foi incluído na chamada MP do bem – mas o benefício só passa a valer a partir de 1 de janeiro de 2013, então teremos que esperar um pouco mais.
O futuro: formatos híbridos
A Intel fez uma pesquisa com consumidores e descobriu que a maioria deles estava inclinado a aceitar formatos diferentes dos ultrabooks normais. Foi daí que a fabricante tirou a ideia de criar ultrabooks híbridos, que tenham mais de uma interface de entrada ou que tenham formatos múltiplos, mesclando uma tela sensível ao toque no formato ou ainda com teclados destacáveis.
As fabricantes decidiram, então, produzir os equipamentos. Durante a Computex 2012 várias delas apresentaram os aparelhos e que devem ser vendidos junto com o lançamento do Windows 8. A Acer mostrou os seus e a MSI mostrou que tem um híbrido programado para esse ano também. Outras fabricantes, como a ASUS, mostraram notebooks híbridos (como esse aí acima) – que devem ser aqueles portáteis que não passaram nas especificações da Intel para se encaixarem no campo de ultrabooks, mas eles decidiram vender assim mesmo.
O lançamento do Windows 8 ainda esse ano vai trazer uma interface especialmente amigável para os ultrabooks híbridos, mas antes disso é esperado que o resto da categoria continue seu desenvolvimento com o Windows 7 mesmo. Por isso veremos cada vez mais fabricantes lançando novos ultrabooks durante todo o ano – algo que muito agrada a Intel e o mercado consumidor, afinal de contas quanto mais concorrência, melhor.
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